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Carta aberta
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”.
Klara continua dizendo que algo morreu dentro dela quando o crime aconteceu, e que ela estava completamente sozinha. Segundo a carta aberta, ela sentiu culpa e vergonha, não fez boletim de ocorrência, e só conseguiu fazer alguns exames e tomar a pílula do dia seguinte.
“Meses depois, eu comecei a passar mal, ter mal estar. […] Fui informada que eu gerava um feto no meu útero. Sim, eu estava quase no término da gestação quando eu soube”. Ela ainda disse que não tinha ganhado peso, que o ciclo menstrual não havia mudado.
Mesmo tendo avisado ao médico que tinha sido estuprada, ele a obrigou a “ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo.” A atriz disse que essa foi uma das inúmeras violências que sofreu, e que o momento do parto foi apenas alguns dias depois de descobrir que estava grávida. Ela ainda afirma que, com a ajuda de uma advogada, decidiu fazer uma entrega direta para a adoção, passando por todas as etapas obrigatórias, como psicóloga, ministério público, juíza e audiência.
Todo o processo garante sigilo tanto para a mãe quanto para a criança. Porém, no pós parto, Klara disse que uma enfermeira a abordou, fazendo perguntas e ameaçando: “Imagina se tal colunista descobre essa história”. Momentos depois, ela recebeu mensagens do colunista com todas as informações. “Ele só não sabia do estupro”, comenta Klara.
“Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar,” explica. Ela também conta que dias depois outro colunista a procurou, e ela falou com ele.
Com a notícia se tornando pública através dos rumores, Klara decidiu explicar tudo para que as informações erradas não perdurem.
